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O Partido Comunista do Brasil – PCdoB/PR, manifesta irrestrita solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, que, nesta segunda 10 de fevereiro, completa 44 dias de resistência em luta contra o despejo de nove de seus acampamentos.

O governo de Ratinho Jr., pretende colocar ao léu um sem-número de pessoas que nessas ocupações asseguram sustento para centenas de famílias. As comunidades “1º de Agosto”, “Dorcelina Folador” e “Resistência Camponesa”, no Oeste do Paraná, congregam mais de 212 famílias, com 800 pessoas, sendo 250 crianças e 80 idosos, e estão sob risco de despejo. As áreas ameaçadas fazem parte do complexo de fazendas Cajati, localizadas em Cascavel, com cerca de 20 anos de trabalho e desenvolvimento nas áreas.
Recordamos que Cascavel, cidade do Oeste do Paraná, sediou o 1º Encontro Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 1984, onde ocorre a “Vigília da Resistência Camponesa: por Terra, Vida e Dignidade”. A partir dali surgiu o MST, para intervir com força no cenário político nacional.

Denunciamos a cumplicidade entre governos estaduais e grandes proprietários do agronegócio, colocando o Brasil como o maior consumidor mundial de agrotóxicos. O Comitê Técnico para Assessoramento de Agrotóxico (CTA), responsável por emitir a autorização para a circulação destes venenos, confirma que a lista para a aprovação é 80% maior que no ano de 2018. Contra o uso abusivo e nocivo desses componentes o MST sempre se posicionou, por isto se colocando como um dos inimigos do atual governo de Bolsonaro.

O PCdoB desde 1927 quando da formação do Bloco Operário Camponês colocou no seu programa a necessidade da Reforma Agrária para o desenvolvimento do Brasil. Entre 1947 a 1952 liderou a Guerrilha do Porecatu que organizou os primeiros sindicatos rurais e lutou pela terra e contra a grilhagem institucionalizada que existia no Paraná, demonstrando extensa e rica trajetória de décadas em defesa da reforma agrária antilatifundiária, em defesa da agricultura familiar e se coloca no sentido de que o governo estadual, para de recorrer a atos de força, abra o diálogo com famílias que só querem trabalhar o campo, que faça um diagnóstico das áreas ocupadas e veja qual a melhor saída para os camponeses e para o desenvolvimento do Estado.

Não à violência, não ao latifúndio, sim à reforma agrária!

Comitê Estadual do PCdoB/PR – 10 de fevereiro de 2020